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A descoberta do Viagra: um tiro que saiu pela “culatra”!

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por ;Jordana Verdi.


 O Viagra foi descoberto, por acaso em pesquisa sobre inibidores bioquímicos.

O desenvolvimento de inibidores específicos que seletivamente bloqueiam a ação de enzimas exclusivas do HIV tem sido uma estratégia-chave na busca de agentes terapêuticos para o tratamento desta doença imunológica.

Neste caso, a busca de inibidores tem como alvo mais importante a enzima HIV-protease que é essencial para a produção de novas partículas de vírus em células infectadas. Esta é uma enzima exclusiva deste vírus.

A HIV protease catalisa o processamento de proteínas virais em uma célula infectada. Dessa forma, sem essas proteínas, novas partículas viáveis de vírus não podem ser liberadas para causar uma infecção, por exemplo. Ou seja, caso a HIV-protease seja inibida, mesmo que o vírus tenha invadido uma célula, ele não consegue se reproduzir e infectar outras células.

O tratamento da Aids é realizado com a combinação de algumas drogas, nesta combinação os inibidores da HIV protease desempenham um papel muito importante. Dentre os resultados mais promissores dos efeitos destes inibidores está a diminuição dos níveis do vírus na corrente sanguínea.

Porém, os resultados ainda não são satisfatórios e, embora o tratamento de AIDS tenha aumentado o tempo de vida dos pacientes, estamos muito longe de uma cura.

Assim sendo, desde há muito, os cientistas têm investigado drogas melhores, não apenas para a AIDS como para outras doenças que exigem tratamento crônico como a angina e a hipertensão.

No caso da AIDS, a busca por inibidores do HIV levou os cientistas a desenvolveram uma droga com o objetivo de inibir as fosfodiesterases. Esta droga levaria o nome de sildenafil citrato, no entanto ela não mostrou benefícios significativos no combate ao HIV, por outro lado, durante os testes clínicos, alguns homens notaram a ereção peniana.
Fórmula estrutural do princípio ativo do Viagra


Aparentemente, a droga funcionou na inibição das fosfodiesterases do tecido vascular do pênis, levando a um relaxamento da musculatura lisa e aumentando o fluxo sanguíneo. Assim, o sildenafil citrato passou a ser comercializado como VIAGRA.

Embora o resultado não tenha sido aquele esperado para a finalidade inicial da pesquisa, esta droga gerou grande sucesso econômico para a empresa que a produziu.

Todavia, em relação à saúde humana ele pode ser considerado um tiro que saiu pela culatra, não apenas em relação aos seus efeitos colaterais indesejáveis que incluem: ataque cardíaco, náuseas, sudorese, alterações na visão ou perda repentina de visão, ereção dolorosa que dure mais de 4 horas; zumbido nos ouvidos ou perda súbita da audição, arritmia cardíaca e convulsões, entre outros.

O efeito mais danoso do Viagra se relaciona ao próprio combate à AIDS, uma vez que seu uso, associado a hábitos sexuais descuidados, que incluem a não-utilização de preservativos e a promiscuidade sexual, aumentou em muito a ocorrência de AIDS, principalmente, em homens e mulheres da terceira idade, que não costumavam fazer parte dos grupos de risco nas décadas de 80 e 90.



Referências e links:
1- BETTELHEIM, F.A. et al. Introdução à Bioquímica São Paulo: Cengage Learning, 2012

2- BLOG ANDROLOGIA. Efeitos colaterais do Viagra. https://www.andrologia.com.br/efeitos-colaterais-do-viagra/

3- DIAS, Diogo Lopes; SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Química do Viagra; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/quimica-viagra.htm>. Acesso em 11 de setembro de 2017.

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